Influência Miofascial na Modulação Emocional

A matriz fascial exerce um papel fundamental não somente na orquestração do movimento físico mas também na modulação das respostas emocionais. Alterações na função do sistema fascial, que são perpetuadas por padrões de movimento habituais, podem induzir modificações no estado emocional do indivíduo. Tais alterações emocionais podem ser originadas por aferências miofasciais anômalas, sugerindo uma correlação direta entre distúrbios emocionais e patologias miofasciais. Notavelmente, a configuração postural do corpo ativa regiões cerebrais associadas à emotividade, enquanto distúrbios miofasciais podem precipitar alterações na postura.

O sistema miofascial é caracterizado por uma rede de inervação altamente diferenciada, extensa, e diversificada, compreendendo terminações nervosas proprioceptivas mielinizadas (incluindo receptores de Ruffini, Golgi, e Pacini) localizadas no tecido conjuntivo adjacente ou em proximidade com a musculatura. Este sistema também abriga uma vasta gama de terminações nervosas finas, não mielinizadas, em íntimo contato com estruturas como o periósteo, e as camadas de tecido conjuntivo, incluindo o endomísio e o perimísio, além dos tecidos conjuntivos viscerais. Esses receptores funcionam como mediadores da propriocepção, nocicepção e interocepção. As vias aferentes de interocepção projetam-se para os centros autonômicos e medulares, bem como para o tronco cerebral, sendo posteriormente processadas pelo córtex cingulado anterior e pela ínsula dorsal posterior, facilitadas por conexões tálamo-corticais. A interocepção possui o potencial de ajustar a percepção exteroceptiva do corpo e a tolerância à dor; uma desregulação nas vias responsáveis pela interocepção pode resultar em uma distorção da percepção corporal e exerce um impacto significativo sobre o estado emocional.

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