A arquitetura do sistema fascial dá forma aos músculos

A arquitetura fascial é fundamental na transmissão da força gerada pelos músculos. Esta estrutura não apenas facilita a condução da tensão mecânica, mas também tem a capacidade de acumular energia mecânica, otimizando assim a eficiência energética mioelétrica. O delineamento das camadas musculares é influenciado primariamente por tecido conjuntivo originado dos fibroblastos.

Os músculos têm uma função essencial na modulação da tensão mecânica, adaptando rapidamente a estrutura do seu citoesqueleto. Esta adaptação é potencializada pela atividade dos fibroblastos. Sob influência de estímulos mecânicos temporários no sistema miofascial, que engloba o tecido conjuntivo e muscular, as modificações morfológicas são passageiras. Contudo, sob a aplicação contínua de forças mecânicas, ocorre uma alteração duradoura na configuração e funcionalidade do sistema miofascial.

Cada fibroblasto possui a capacidade de reconhecer o estado funcional tanto dos fibroblastos adjacentes quanto dos que estão mais afastados, promovendo assim a integridade e continuidade tanto fascial quanto mecânica. O tecido conjuntivo também abriga outros tipos celulares ainda não plenamente explorados ou definidos.

Nos estratos fasciais superficiais e profundos, que separam e envolvem os músculos, existem células denominadas fasciócitos, que são especializadas na síntese de ácido hialurônico, um polímero de glicosaminoglicano de alto peso molecular essencial para o tecido extracelular. Esta substância facilita a absorção de choque, preenche os espaços intercelulares e permite o deslizamento entre as camadas de tecido. Essas células tendem a se localizar em regiões com alta densidade de inervação.

Os telócitos, outro tipo celular presente no tecido conjuntivo, embora menos estudados no contexto fascial, são identificados em diversas estruturas como a fáscia lata, toracolombar, crural e plantar. Eles participam de numerosos processos biológicos e estão presentes em vários tecidos do corpo. Formam uma complexa rede dentro da rede fascial, estabelecendo tanto conexões entre si (homocelulares) quanto com outros tipos celulares (heterocelulares), como fibroblastos, células endoteliais, células-tronco, adipócitos, entre outros. Por meio dessas interações, os telócitos podem influenciar o ambiente metabólico e contribuir para os processos de reparo e remodelação tecidual, incluindo a possível regulação da síntese de ácido hialurônico. A função precisa dessas células no contexto fascial, contudo, ainda requer esclarecimento.

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