Impacto da Terapia Miofascial sobre Diástase do Reto Abdominal, Dor Lombar e Disfunção do Assoalho Pélvico no Pós-Parto: Uma Análise Sistemática e Meta-análise

Alterações biomecânicas observadas durante e após a gravidez podem levar a disfunções significativas no sistema miofascial, incluindo, mas não se limitando a, diástase do reto abdominal, dores variadas e disfunção do assoalho pélvico. Essas condições comuns no pós-parto representam uma ameaça séria ao bem-estar das mulheres. A terapia miofascial, reconhecida por sua capacidade de otimizar a biomecânica corporal, ainda é objeto de debates quanto à sua eficácia terapêutica sobre as disfunções funcionais experimentadas após o parto. Este trabalho tem o propósito de realizar uma avaliação sistemática dos efeitos reabilitadores da terapia miofascial na diástase do reto abdominal pós-parto, dor lombar e nas pernas, e disfunção do assoalho pélvico, fundamentando-se em uma meta-análise de estudos clínicos randomizados disponíveis até o momento.
Metodologia
Empregou-se uma estratégia de busca bibliográfica sistemática em bases de dados tanto em idioma chinês quanto inglês, com uma data limite estabelecida em maio de 2023. Foram selecionados para análise estudos randomizados controlados que aplicaram terapia miofascial no tratamento da diástase do reto abdominal, dor lombo-perna, e disfunção do assoalho pélvico. Os principais parâmetros avaliados incluíram a circunferência abdominal, a distância de separação do reto abdominal, a pontuação de dor segundo a escala visual analógica, a força muscular do assoalho pélvico, a capacidade para realização de atividades diárias, ocorrência de eventos adversos e a eficácia geral do tratamento.
Resultados
A análise incluiu 22 estudos, abrangendo um total de 2.235 pacientes. Os dados coletados evidenciaram que a terapia miofascial, em comparação ao grupo de controle, foi capaz de reduzir significativamente a circunferência e a diástase abdominal, promover melhorias na função lombar, e atenuar manifestações de incontinência urinária e prolapsos de órgãos pélvicos. Ademais, observou-se no grupo submetido à terapia miofascial um aumento significativo na força muscular do assoalho pélvico, uma diminuição acentuada no potencial de repouso dos músculos do assoalho pélvico, e uma melhoria na capacidade dos pacientes de executarem atividades diárias. A terapia mostrou-se particularmente eficaz na redução da dor quando aplicada por um período inferior a quatro semanas. A análise de eficácia do tratamento indicou uma melhoria substancial nos sintomas dos pacientes submetidos à terapia miofascial, com baixa heterogeneidade entre os resultados observados.
Conclusão
Os resultados apurados reforçam a hipótese de que a terapia miofascial é uma intervenção efetiva na redução da diástase do reto abdominal, no alívio da disfunção muscular do assoalho pélvico, na melhoria da função lombar, na mitigação da dor e na promoção da capacidade funcional das atividades da vida diária em mulheres no pós-parto. Tais achados endossam a aplicabilidade da terapia miofascial como um recurso terapêutico valioso para o tratamento de disfunções pós-parto, evidenciando seu significativo impacto positivo na recuperação da saúde feminina.

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