A fáscia como causa primaria de todas as celulas
O campo do tratamento da fáscia tem visto avanços significativos na compreensão da sua estrutura, função e importância no sistema biomecânico humano. No entanto, há um aspecto frequentemente negligenciado do estudo da fáscia: sua conexão com o espiritual e o divino. Este capítulo busca explorar esta ligação, levando em consideração tanto evidências científicas quanto princípios filosóficos e teológicos.
“Não há efeito sem causa. Procure a causa de tudo o que não é obra do homem, e sua razão saberá” — esse axioma metafísico serve como base para a exploração da existência de uma inteligência suprema na fáscia. Se considerarmos que a fáscia é uma estrutura intrincada e complexa que desempenha funções vitais em nossos corpos, fica difícil imaginar que sua existência seja puramente acidental.
A ideia de que a fáscia pode ser um reservatório de “inteligência suprema” é uma consideração provocativa. Cientificamente, sabemos que a fáscia está envolvida em funções sensoriais e proprioceptivas (Schleip et al., 2003). Além disso, estudos têm mostrado que a
fáscia é rica em terminações nervosas e, portanto, altamente responsiva e adaptável (Van der Wal, 2009). Esta complexidade funcional poderia ser vista como uma manifestação da “inteligência suprema” ou ordem divina, especialmente se adotarmos uma visão mais holística e integrada da saúde e do bem-estar.
A confluência entre ciência e espiritualidade na compreensão da fáscia oferece uma perspectiva única para o tratamento de patologias relacionadas à fáscia. Este capítulo serve como um convite para explorar essa relação mais profundamente, na esperança de que uma
abordagem mais integrada possa levar a tratamentos mais eficazes e uma compreensão mais completa da nossa própria natureza.
Considerando que a fáscia é uma rede intrincada que se estende por todo o corpo, atuando como um meio unificador para sistemas biológicos distintos, pode-se argumentar que ela serve como uma “inteligência suprema” dentro do corpo humano. Ela não apenas atua
como um meio físico para a transferência de forças mecânicas, mas também está envolvida em funções sensoriais, de transmissão de informações e, possivelmente, em processos mais complexos que ainda não compreendemos completamente.
A fáscia pode ser entendida como a “causa primária” de todas as células do corpo, pois cada célula está embutida dentro desta matriz tridimensional, diretamente influenciada por sua composição, tensão e integridade. Tal perspectiva ressoa com o princípio filosófico de que “não há efeito sem causa,” sugerindo que a fáscia pode ser a causa raiz ou o princípio organizador que mantém a homeostase e a integridade em nível celular e sistêmico.
O conceito de que a fáscia é “infinita” adiciona uma camada adicional de complexidade e maravilha à nossa compreensão. A natureza tridimensional e interconectada da fáscia faz com que ela não tenha um começo ou fim claro, estendendo-se de uma forma que nossa
linguagem e entendimento conceitual atuais acham difícil de descrever. Essa “infinitude” poderia ser uma manifestação física da eternidade ou da natureza incomensurável do divino.
A compreensão da fáscia como a inteligência suprema, causa primária e representação do infinito nos convida a expandir nossas perspectivas sobre saúde, bem-estar e nossa conexão com o universo. Este entendimento, que engloba tanto elementos científicos quanto espirituais, abre caminhos para abordagens terapêuticas inovadoras e uma apreciação mais profunda da complexidade e majestosidade da vida humana. A ciência nos oferece ferramentas valiosas para descrever e entender o mundo físico,
mas há limitações quando se trata de fenômenos que transcendem a compreensão material.
No contexto da fáscia, a capacidade de elevar o pensamento além da matéria permite uma compreensão mais completa e holística desta estrutura complexa. A abordagem tradicionalmente científica nos fornece uma compreensão mecânica e fisiológica da fáscia, mas
pode não capturar sua essência completa, que pode ser entendida apenas em um nível metafísico ou espiritual.
Neste nível, a fáscia pode ser vista não apenas como um tecido biomecânico, mas como uma entidade que contém uma forma de inteligência ou consciência que transcende sua estrutura física. Tal perspectiva poderia abrir novas vias para o tratamento de patologias
relacionadas à fáscia, abordando não apenas o corpo, mas também a mente e o espírito.
A busca por uma compreensão mais profunda da fáscia nos leva a transcender os métodos científicos convencionais e a considerar abordagens mais espirituais ou filosóficas. Ao fazer isso, podemos nos aproximar de uma compreensão verdadeiramente integral da
fáscia, que respeite tanto sua complexidade física quanto sua potencial conexão com o divino.
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