Meu primeiro contato com a fáscia foi durante a faculdade, porém o conceito que tive sobre ela foi bem diferente em comparação ao que sei hoje em dia. Comecei a estudar a fáscia mais a fundo para tratar fibroses e cicatrizes com uma técnica de terapia manual, e isso começou a me levantar questionamentos sobre os equipamentos e técnicas que são muito utilizados em diversos tratamentos na fisioterapia dermatofuncional, principalmente os estéticos. Uma dúvida não saia da minha cabeça: “por que na maioria dos tratamentos são utilizados procedimentos que causam uma inflamação no tecido a ser tratado, se naturalmente esse tecido já está inflamado, com o metabolismo alterado e não está dando conta de se restaurar sozinho?! Por que tenho que potencializar essa inflamação para ver se ele responde?!”. E dito e feito, os tratamentos respondiam somente até certo ponto. Com isso, fui desacreditando nos procedimentos e técnicas que estudei minha vida toda, nos protocolos de artigos científicos que seguia certinho, e até nas aulas que eu lecionava, pois na teoria era uma coisa linda, porém na prática clínica era totalmente diferente. Foi após ter assistido uma aula do Dr Renan Botega sobre cicatriz de cesárea e ele ter falado informações sobre a fáscia e todo o processo de cicatrização e formação de colágeno que eu não sabia em mais de uma década de estudos e trabalho na área, que me deu um gatilho e me despertou a curiosidade e interesse em saber mais a fundo sobre esse novo conceito. E com esse novo conhecimento pude ter meus questionamentos citados anteriormente respondidos e minhas abordagens terapêuticas inovadas de forma muito mais eficaz.